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Culpa não, Responsabilidade
Mea Culpa é uma frase latina que, em português, pode ser traduzida como "falha minha" ou "meu próprio erro". Ao fazer um "mea culpa", uma pessoa admite ter cometido um erro ou ser responsável por algum fato trágico. A tradução tradicional da frase, que aparecia na maioria das missas antes da década de 70 era: "Por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa". (Wikipédia)
Mas... o que acontece quando permitimos que a culpa fique nos "torturando" ininterruptamente?
Simplesmente criamos mais situações semelhantes para nós e para a nossa vida, sabotando nossa própria paz interior, nossa cura, nossa alegria.
Ah o nosso ego...
NÃO REAÇÃO! Eis uma duplinha mágica de palavras.
Ao reconhecer que cometemos algum tipo de falha - pequena ou grande -, pelo nosso próprio bem e para que possamos ser úteis ao mundo, devemos interromper nossos impulsos reativos de sentir culpa e ESCOLHER uma nova sintonia. Quando um sentimento desconfortável de culpa começar a se fazer sentir, a melhor atitude é: não reagir!
Obviamente que não estamos tratando aqui de casos de psicopatologias graves, que envolvem uma série de outras questões, que exigem um aprofundamento maior e um tratamento mais sério. Estamos falando aqui de situações do nosso cotidiano, de pessoas com um mínimo de auto-percepção, de autoconhecimento, de busca interior. Aqueles de nós que já está trillhando o caminho do auto-aprimoramento.
Reagir é reviver a situação mais uma vez, mais uma vez, mais uma vez..., deixando um sentimento negativo de auto-punição ou de revolta tomar conta de nós, permitindo que aquela voz interna continue gritando: "Viu só? Você não faz nada certo! A culpa é totalmente sua! Você merece o pior mesmo!". Ou então: "Olha só o que fulano fez! A culpa é toda dele! Eu não merecia isto!!! Da próxima vez...". Qualquer uma dessas posturas é reagir e só nos ajuda a permanecer exatamente onde estamos. Esse é um joguinho do nosso Ego para receber auto-indulgência e nos deixar "ad eternum" na mesma condição. Afinal, para a maioria das pessoas, é mais fácil ficar na posição de "coitadinho" ("A culpa é toda minha..." ou "A culpa é dele, não fiz nada pra merecer isso...") do que assumir sua parcela de responsabilidade no acontecido e promover uma transformação real. "Mudar pra que? Me esforçar pra que? Não adianta mesmo..." E o ego lá, feliz da vida: "É isso mesmo! Não mude, não se esforce, você nasceu assim e vai morrer assim"...
Devemos nos lembrar que culpa gera auto-piedade, auto-indulgência, diminui nossa auto-estima e mantém o padrão vibracional que fica sustentando a situação, dia após dia. É diferente de enfrentar a mesma circunstância a partir de um outro ponto de vista: o de quem observa para encontrar uma oportunidade de amadurecimento emocional e espiritual.
A auto-punição não promove qualquer tipo de alteração nem na situação atual, nem em situações futuras, muito menos amadurecimento ou elevação espiritual.
Para os cabalistas, nossos erros nos dão oportunidades efetivas de alcançar crescimento espiritual e, segundo essa Sabedoria, é para isso que estamos aqui. "Não se trata de complacência, que nos impede de fazer uma mudança interna, mas de perceber que nossas características admiráveis não servem para nenhum propósito prático, no que diz respeito ao estímulo de novos níveis de satisfação e Luz em nossas vidas. São nossas características e traços negativos que nos dão a oportunidade de efetuar uma verdadeira trasnformação de caráter. Viemos a esse mundo para criar uma mudança positiva em nós e ao nosso redor. Devemos abraçar as situações difíceis". Diz o rabino Yehuda Berg.
O mundo não precisa de mais culpados! O mundo precisa de pessoas que efetivamente façam alguma coisa por si, pelo próximo e pelo todo. "Eu só posso dar aos outros aquilo que tenho e se o que tenho é culpa, vou passar o resto da vida apontando o dedo para outras pessoas, pois se não consigo perdoar a mim mesmo e promover mudanças internas, como posso perdoar os outros?"
Portanto, se queremos apontar o dedo para alguém... devemos apontá-lo para nós mesmos! Sim... mas, agora, apontá-lo com consciência.
Assumir total Responsabilidade pelo que cabe a nós em qualquer situação e promover uma mudança interior.
"Mea culpa"... só que com outro significado: Mea Responsabilitate. "Por minha responsabilidade, minha responsabilidade, minha máxima responsabilidade".
Assumir a culpa com esse significado: "Minha Responsabilidade", é vital para uma cura verdadeira. Tiramos a nós mesmos da cruz e encontramos na crise uma oportunidade de mudança.
"Ok, errei... Assumo total responsabilidade. Se eu soubesse fazer diferente, teria feito, mas não sabia e não há como mudar o que aconteceu. Mas há como mudar meus sentimentos com relação a isso. Assim, quando situações semelhantes se apresentarem novamente, minha atitude e minha resposta serão diferentes. Estou aproveitando esta circunstância para aprender e mudar...". E aí, claro, devemos nos lembrar de NÃO ERRAR NOVAMENTE... pelo menos, não nas mesmas coisas!
Responsabilidade (do latim "Respondere" - qualidade do que é responsável) significa sermos capazes de assumir nossos atos e consequências e nos comprometermos com uma mudança positiva. Esse é o verdadeiro sentido da palavra arrependimento (que significa mudança de atitude), bem diferente da palavra remorso (que é o sentimento experimentado por alguém que sabe que cometeu um erro, mas, para fugir da punição alheia, se pune de alguma maneira "mais suportável").
Devemos nos conscientizar de que temos sempre uma escolha em todos os momentos: reagir ou não reagir. Se já reagimos, devemos fazer o melhor que pudermos para elucidar a questão, assumir nosso encargo na situação, evitar o julgamento e promover as mudanças necessárias ao nosso amadurecimento.Se algo foi perdido... ponto final! Há muito tempo já se diz que não adianta "chorar o leite derramado". Melhor é seguir em frente.
Quando possível, é importante corrigir o erro, consertar a falha. Exercitar a humildade, pedir desculpas, pedir perdão, sem expectativas. Quantos de nós pode dizer concretamente que jamais precisou do perdão de alguém? É importante buscar amenizar as consequências e, sobretudo, assimilar o que a situação está nos ensinando. Algumas lições são de grande valor. Ao fazermos isso, somos tomados por um sentimento interior de serenidade. O que foi que "ELE" disse mesmo? "Não julgueis para não serdes julgados." "Perdoe não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes." "Vá e não peques mais." "Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra."
Sábias palavras...
Então, simplesmente NÃO entremos no drama do ego. Isso é não reagir. "Quando você NÃO REAGE, ganha na desistência acesso a imensa quantidade de energia anteriormente desperdiçada."Palavras do Dr. Deepak Chopra. E o ego acaba silenciando porque não "entramos na discussão" com ele (a tagarelice mental), não entramos no jogo, tentando nos justificar ou buscando punição, alimentando mais ainda a situação.
Quando um sentimento de culpa qualquer for apontado pelo nosso ego, uma ótima dica é:
1. Nos dar conta de que a nossa reação a esse sentimento "culpa", relacionado a alguma situação ou pessoa, é o nosso verdadeiro inimigo - e não a situação ou a pessoa em si.
2. Nesse momento, interromper nossa reação e permitir que um pouco de silêncio ocupe o nosso interior (é uma questão de prática...) - e aqui ocorre uma transformação. Com essa atitude, permitimos que a nossa essência acesse um espaço no qual uma inspiração solucionadora pode ocorrer.
3. A partir daí, podemos adotar um novo tipo de postura que advém da paz e da serenidade, e não da raiva, da dor, do remorso doentio...
Rever os acontecimentos que geraram o sentimento de culpa também pode ser bastante útill, desde que isso seja feito sem julgamentos. Pode nos ajudar a enxergar algumas coisas que não vimos antes ou as razões que nos levaram a tomar certas atitudes e adotar determinadas posturas. Talvez percebamos, inclusive, que nem somos tão "culpados" quanto pensávamos e que as nossas crenças nos estão levando a perceber os fatos sob essa ótica, são as lentes com as quais estamos vendo o mundo e as pessoas. E mais: cada um é 100% responsável pela sua forma de perceber e lidar com as coisas, mas toda história tem, no mínimo, dois lados e também duas ou mais responsabilidades, cada parte carrega os seus 100% de responsabilidade em toda questão...
Então, soltemos aquelas crenças cuja única utilidade é nos fazer sofrer, assumamos nossos 100% e continuemos em paz o nosso caminho. Aos poucos, o padrão negativo, que envolve a culpa e a auto-indulgência acaba se modificando, pela força do hábito, e se transformando em algum novo padrão mais positivo.
Busquemos Interromper o impulso de reagir quando o ego nos infringir qualquer tipo de culpa e façamos uma nova escolha fora do padrão repetitivo, assumindo nossa "Responsabilitate" e promovendo uma mudança real e duradoura - o que nos fará bem mais felizes.
Precisamos compreender, se queremos encontrar algum tipo de paz interior, que fizemos o melhor que podíamos na situação em que nos achávamos. O Dr. Deepak Chopra diz que "quando conhecemos nossa verdadeira natureza, não sentimos culpa nem insegurança. Não nos sentimos maior, nem menor do que ninguém."
Yehuda Berg afirma ainda: "No instante em que interrompemos a reação, transformamos um aspecto particular de nosso ser e nos conectamos com o parte Superior que há em cada um de nós, as emoções reativas que inundam nosso corpo são canceladas. Deixamos de ser reativos e passamos a ser proativos - fazemos contato com nossa alma e a Luz espiritual ilumina nossa vida. "
Faça o teste! Só conseguimos permitir que a alegria, a serenidade e a felicidade entrem em nosso ser e em nossa vida quando paramos de permitir que aqueles padrões repetitivos continuem atuando em nossa mente, em nossos pensamentos. Mas devemos saber que isso só é possível com muita prática. Não há outro meio! Então, comecemos já o nosso treinamento.
Liberte-se e faça isso AGORA.
Sinto muito! Me perdoe! Te amo! Sou grato!
Comece a fazer parte da solução AGORA. É disso que você precisa! É disso que todos nós precisamos! É disso que as pessoas que você ama precisam! É disso que o mundo precisa!
Abra os braços, bem abertos, e acolha todas as dádivas de felicidade e plenitude que estão o tempo todo disponíveis, apenas à espera de que você as perceba... as receba... as sinta... as viva com toda a intensidade...
Regina Tavares
Post publicado no Blog: http://permitindoaalegria.blogspot.com.br/2010/08/mea-culpa-liberte-se.html em 01/08/10 - e republicado aqui em resposta a questionamentos de várias pessoas.
Imagem: Web
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