Pessoas que passaram a noite em Shasta contam que luzes estranhas saem de dentro da montanha, por isso todos na região acreditam com toda certeza que Mestre St. Germain tem seu templo etérico em Shasta.
Também foram instalados em Shasta alguns equipamentos para observação de seres estelares, ja que o fenômeno de naves espaciais parece acontecer com muita intensidade por lá.
Não tínhamos muito tempo, ja que só viemos para um fim de semana. Resolvemos dirigir na noite de sabado ate o Bunny Flats para observar o topo e averiguar a existencia (ou nao) das tal luzes.
No entanto, conforme a noite foi chegando, o tempo comecou a piorar. Muita chuva caindo e a temperatura diminuindo a cada minuto. Eu estava muito tensa de dirigir na Everritt Memorial Highway (estrada da montanha de Shasta que leva a Bunny Flats) porque nas minhas pesquisas sobre Shasta me deparei com muitos relatos de mortes e acidentes. Shasta eh uma montanha muito traicoeira. A estação de ski costumava ser bem mais ao alto passando por Panther Meadows, e depois de poucos anos foi fechada por causa das inúmeras avalanches, acidentes de gelo preto e por causa de white-outs, que é aquela condição que fotografei para vocês, de quando não conseguimos ver nada porque a nuvem que desce é tão densa que simplesmente apaga a montanha.
Lori e Kay diziam que estavam acostumadas com neve e chuva e que poderiamos ir sem problemas. Quando começamos a subir, senti um desespero, como se algo muito ruim fosse acontecer. Avisei Lori que deveríamos voltar, e ela disse que eu deveria enfrentar meus medos e que continuaria subindo.
Aqui embaixo uma foto que encontrei na internet que melhor descreve esta estrada, não consegui tirar uma foto tão boa quanto esta. É uma estrada construída na montanha, sem acostamento, e na maioria das curvas um penhasco. Muitas curvas tinham sinais amarelos com a seta porque muitos acidentes ja ocorreram de pessoas que simplesmente não conseguiram ver a curva nestas condições e caíram.
Conforme atravessamos o sinal de que entramos o Parque Nacional Trinity comecei a suar frio. Meu coração palpitava e tudo ficou completamente escuro. O pouco que conseguia ver era barranco do meu lado e nem uma árvore para segurar caso gelo-preto se formasse.
A chuva começou a apertar conforme fomos subindo, e de repente virou neve. A previsão era de mais de 2 pés de neve naquela noite.
Quando a neve comecou a cair, o farol do carro refletia nos flocos que se tornavam maiores batendo no vidro. Lori então desligou o farol para poder ver melhor, o que torna tudo ainda mais assustador, mas o farol nos flocos de neve tornam a estrada impossível de se ver.
Sei que numa "sindrome de pânico" a gente precisa respirar fundo, se acalmar e pensar racionalmente. Mas quando eu pensava racionalmente sobre o que estávamos fazendo, não parecia ter nada racional para me apegar. Não era um medo imaginário, era um perigo real. As condições estavam perfeitas para formação de gelo-preto, com chuva e neve juntas.
Lori viu que eu estava hiperventilando, já não conseguia pensar direito nem falar, só o que eu via era gelo preto e o carro caindo no abismo lá em baixo.
Gelo preto é uma condição que acontece quando existe chuva e de repente comeca a nevar (porque a temperatura caiu) e a estrada molhada se torna em segundos uma folha de gelo. Todos os carros começam a deslizar sem controle, em todas as direções. Muitos acidentes acontecem na Freeway devido a isso, porque não se pode ver o gelo-preto. No entanto, na nossa situação, não existia espaço para simplesmente deslizar e bater em alguma árvore ou poste ou entalar num pedaço de terra no acostamento. A estrada é estreita e deslizar por aqui seria fatal em alguns pontos.
De repente tudo ficou branco. Não dava para ver a estrada, e a neve caindo cada vez mais forte. Eu suava frio, minhas mãos pingando e até meus joelhos tremiam no carro, como meus pés e mãos. Não conseguia parar de tremer, como se estivesse morrendo de frio naquele carro que estava aquecido a quase 80 graus F. Que sensação desagradável não te controle do seu corpo. Falei para ela: "Lori, eu estou realmente com muito medo." - Foi só o que eu conseguir dizer.
Kay e Lori continuaram dizendo que ela tinha bons pneus e que nada poderia acontecer. Bons pneus nao ajudam em gelo-preto. Na verdade, não se consegue nem andar em gelo preto.
Elas estavam irritadas comigo neste ponto, então eu não disse mais nada, tentando pensar se o medo era meu e simplesmente imaginário. Como elas estavam tao calmas?
Não conseguia pensar direito porque se conseguisse teria me lembrado do medo que a Lori tem de pinturas de palhaços. Isso sim é um medo "imaginário" e eu não a forcei a enferntar o medo, retirei o quadro do chalé que alugamos até a hora de ir embora.
Resolvi ficar quieta e rezar em minha mente para não deixa-las ainda mais nervosas comigo. Mas não conseguia controlar minha tremedeira, suor e respiração. Comecei a ficar tonta como se fosse desmaiar.
Foi então que Lori parou o carro com toda força, olhou para mim e gritou: "Olha Livia, eu quero que você pare com isso agora mesmo porque você esta me deixando nervosa!"
Só posso dizer que por mais que ela seja como uma irmã para mim há mais de 7 anos, ainda estou digerindo o fato de uma psicóloga-master gritar deste jeito e não perceber o que estava se passando comigo. Toda a situação estava insana para mim.
Não preciso nem dizer que este grito me assustou mais ainda, tremia toda, fiquei confusa e ela finalmente resolveu retornar neste pedacinho de terra que viram na primeira foto. Mas estava tudo escuro, quase 9 horas da noite, nevando e ventando de dar medo, e estávamos na montanha à beira do penhasco.
Quando ela resolveu retornar ali, depois de 8 milhas nestas condições que só pioravam, Kay começou a gritar do banco traseiro:
-"Lori, aqui não é seguro para retornar! Vamos deslizar e morrer!"
E Lori gritou muito nervosa:
- "Não tenho opção, mãe! Vou ter que arriscar por causa da Livia que fica ai pirando!"
A cada grito das duas eu dava pulos e tremia mais ainda, não conseguia mais falar neste ponto, só as ouvia. As memórias só aos poucos vão voltando à minha cabeça. Na hora era tudo um branco.
Amo Lori e Kay mas realmente isso me machucou. A falta de sensibilidade comigo na situação.
Quando descemos, eu já estava segura na base da montanha, decidiram ver as luzes de baixo mesmo. Mas a tremedeira não passava, e eu ainda não conseguia pensar claramente. Sentei na minha mão mas a tremedeira não passava. Não era frio.
Então, meu silêncio foi quebrado quando Kay reclamou irritada que eu estava muito quieta. Foi quando explodi, gaguejando. Não estava acreditando na falta de sensibilidade destas duas. Depois de tudo aquilo e ainda tremendo e gaguejando elas estavam me cobrando que eu estivesse bem rindo e conversando numa boa? Minhas pernas estavam tremendo ainda no banco. "Ué, mas por que está com medo ainda? Já descemos?". Elas simplesmente não entendiam.
Brigamos feio. Lori lógico disse para mim que é psicóloga master e que estava me ajudando a enfrentar meus medos. Infelizmente eu estava ainda com um branco em minha mente e não me lembrei de falar do quadro de palhaço, ela nem entrou naquele quarto a viagem toda por causa disso, mesmo depois que removi o quadro da parede. Dormiu sozinha no maior quarto do chalé que era para ser da Kay, e a maior cama, só por causa deste quadro que e não faz o menor sentido racional.
Não a coloquei trancada com o palhaço para "enfrentar os medos" e muito menos gritei com ela quando ela teve medo. Isso só piora. E agora estamos discutindo porque ela quer me forçar a enfrentar um medo de um perigo real. Nem acho que é saudável não ter medo daquela estrada naquelas condições.
Só o que consegui dizer é que elas nao se importam. E isso deixou elas ainda mais bravas comigo, porque ela considera um grande favor ter retornado num lugar perigoso contra a vontade dela por mim e disse que estava brava comigo porque eu disse que ela não se importa.
Olhando para trás, foi tudo meio ridículo. Estava com sintomas de pânico de uma situação real e de repente, Kay esta brava comigo porque não estou falando e conversando naquele estado, e Lori está brava comigo também porque eu disse que ela não se importa. Well, não se importa mesmo!E não é porque ela retornou ou deixou de retornar que digo isso, mas sim porque ela me forçou a subir numa situação de perigo real contra minha vontade e ainda gritou comigo por estar tendo sintomas de pânico. Só o que posso dizer é que os gritos dela não me ajudaram nem um pouco, muito pelo contrário.
Ainda tinha mais 2 dias com elas, depois que me acalmei resolvi quebrar o gelo e pedi desculpas por ter tido pânico???????? Elas não pediram desculpas, e como uma boa "alemã" (como ela mesma diz), Kay nem mesmo aceitou meu abraço aquele dia. Apenas disseram: "Tudo bem, te perdoamos. Entendemos que você é do Brasil e nao entende nada de neve!"
O resto da viagem foi legal, a amizade ainda continua mas preciso de um tempo para digerir. Nem preciso dizer que a pressão alta voltou depois disso, nem alopatia controla. Mas vou voltar a minha dieta natural e yoga e isso vai ser controlado.
Conforme os sintomas foram passando, comecei a pensar com mais clareza. Ainda me sinto confusa com a natureza que as duas enfrentavam aquilo, comecei a pensar que o problema era comigo. A primeira coisa que fiz quando cheguei em Reno foi conversar com um piloto e perguntar se meu medo era real ou imaginário, se realmente estavamos correndo riscos.
Ele disse que toda a situacao era completamente insana, mas que elas nao estavam tendo nocao do perigo que estavam correndo. Tres mulheres sozinhas subindo Mt. Shasta a noite numa tempestade de chuva e neve, completamente no escuro, nesta estrada que so tem penhascos e barrancos. Eh muito facil simplesmente deslizar e fatalmente cair na base. Fora white-outs, que parecem ser as maiores causas de acidente e a principal razao que fecharam a estacao de ski mais acima, mantiveram somente o estacionamento do Bunny Flats que eh bem mais abaixo. As nuvens la sao muito densas e os white-outs sao contantes.
Segundo ele, estavamos nao so na situacao perfeita para gelo-preto, que seria fatal, como tambem de ficarmos entaladas no meio da estrada ate o caminhao que remove a neve passar de manha. Conforme subiamos, a temperatura e a neve iam caindo mais, e elas nao estavam percebendo isso. Ja estavamos em 36 graus F. e com 32F gelo ja pode se formar, ainda mais na montanha de Shasta, porque aquele pedaco nao apanha muito sol.
Como uma pessoa espiritualizada, o piloto acredita que na verdade meu panico salvou a vida delas. Acha que foi uma premunicao. Isso me tranquilizou. Estava tentando digerir isso por causa da naturalidade com que estavam enxergando a situacao. Estava tentando pensar racionalmente para ver se perco o medo, mas eh mesmo ruim ter medo de uma situacao perigosa destas? Toda vez que penso racionalmente sobre isso eu fico mais confusa porque nao parecia ter nada racional naquilo.
De qualquer forma, agradeco a Deus por ter voltado bem, mais uma vez protegida pelo meu querido Miguel. E agradeco tambem delas terem sido salvas tambem, apesar de nao terem percebido.
Neste pedaco existe um acostamento, mas na maior parte da estrada nao tem. Foi nesta parte que fizemos o retorno.
Aqui estava a estrada no dia seguinte. Com bancos de neve ao lado. Corriamos serio risco de ate ficarmos presas na montanha naquela neve na noite anterior.
Abaixo, um tipico "white-out", a montanha bem a sua frente mas nem sai na foto. Impossivel de se ver qualquer coisa.
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Querida!
ReplyDeleteVocê está em casa sã e salva e como disse já digerida. Agora é manter sempre a calma e pensar bem que em todo momento nossos queridos amigos Anjos estiveram com e junto de você e é isso que é benção e gratificante.
Da próxima vez por favor peça para Greg ir junto e dirigindo, ele é responsável e é "O CARA".
Beijos com saudades
Oi flor!
ReplyDeleteNossa fiquei "panicada" rs, só de ler o seu depoimento! Que perigoooooo...minha nossa! Nunca estive no meio da neve, e tento fazer idéia do qto é sinistro isso tudo.
Mas que estranho né a reação das suas amigas...eu no seu lugar iria querer sair correndo dali, que situação, que tristeza!
Mas uma coisa é certa flor, os Anjos estavam cuidando de tudo, então não se arrependa de nada, embora tenha sido desgastante, tenho certeza de que vc foi poupada de algo pior.
Beijinhos.
Flores e Luz.
Parece realmente história de terror , na primeira foto do gelo preto , aparecem figuras estranhas .
ReplyDeleteBem , mas tudo deu certo , que sirva de alerta , ninguem pode desafiar a natureza ...